"As portas da perçepção foram abertas, tudo passa a ser como realmente é: infinito". O efêmero passa a ser intenso, mais intenso do que nunca. A vida é vista no seu sentido pleno, nada se esvai a ela. Não há mais fim nem começo, a mentira confunde-se com a verdade, no fundo sempre foi o mesmo. E...O portal da mente é aberto...

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mais uma ano...

Bem não pretendia postar nada relativo a essas festas de fim de ano, como não postei sobre o Natal, devido a questões ideológicas por assim dizer. Mas achei digno(expressão que comecei a usar esse ano rs) postar alguma coisa sobre esse 2010 que se vai. 


Foi um ano que passou rápido( acho que quando se passa dos 18 você tem sempre essa impressão, de que os anos não são mais duradouros como outrora) mas que trouxe uma série de novidades, boas, ruins e simplesmente "novidades" sem uma visão maniqueista disso. Vida longe dos pais, contatos com novas coisas, novas pessoas, novas experiências... Um novo mundo, uma nova vida ( quando falo dela me refiro em plenitude, a virtual e real, no fundo são as mesmas...). Então por que não esperar ainda mais para esse ano que chega? Por mais que tudo a nossa volta nos faça duvidar disso...

2011 bate a porta, e isso me faz lembrar um texto de Mario Quintana que recebi de uma ex professora e grande amiga. 

ANO NOVO
Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas buzinas
Todos os tambores
Todos os reco-recos tocarem:
- Ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada – outra vez criança
E em torno dela indagará o povo:
- Como é o teu nome, meninazinha dos olhos verdes?
E ela lhes dirá
( É preciso dizer-lhes tudo de novo )
Ela lhes dirá bem alto, para que não se esqueçam:
- O meu nome é ES – PE – RAN – ÇA …


Que encontremos essa menininha de olhos verdes, e que não esqueçamos dela, pois num mundo tão adverso é ela que nos move...
Que venha 2011, 2012 (opa esse aí é um caso a parte rs).


Bons ventos para nós em 2011


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Simulacro

Das profundezas sãs da mente
Fica mais fácil quando ela funciona
Bloqueando o mundo sem "alucinações"
Confundindo realmente o que é real
Das falsas entranhas que me comovem
Do falsos esboços, que não passam disso
E tudo que quero, achei encontrar
Como deixar a armadura se abrir
Deixar verem o blindado onde um frágil
Patético se esconde
Sem nem ao menos perceber

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Morrer e Viver

Morrer e Viver
É gostoso esse prazer
Saber esconder
É mais fácil não sofrer
Calar o mundo e deleitar-se
Das suas sombras respondendo
Hipóteses e ao vaga-lumes


Viver e morrer
Sempre aonde ir, em busca do seu
Próprio inferno para aquecer a
Alma que se enojou do céu
Anjos são bestas encurraladas e
Demônios seres belos e com asas


Morrer, para suprir a bolha vazia
No quintal de incertezas que são
Podadas para não sufocar a dona
Morte


Viver, para escandalizar os egípcios
E privatizar Sodoma e Gomora
Se ridicularizando até as vespes
Nas do dilúvio de fogo 


 Autor: Anderson Moraes

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Amuleto

As folhas caíam no parque daquela pequena cidade. Era inicio de outono e um tom melancólico tomava conta de todas as partes. As nuvens escondiam o sol, apesar de nenhuma gota de água ameaçar cair. Ele caminhava pelo parque, gostava disso, de estar só e caminhar sem ter um destino certo, apesar de que, quase sempre parava no mesmo lugar, o parque. Nesta ocasião, ao observar o doce balé das folhas jogadas ao vento, ficou fascinado com o harmonioso evento natural, provavelmente por que se sentia como estas folhas secas. Sem cor, jogadas ao véu da existência. Em meio a tudo isso sua mente girava, não sabia bem ao certo o porquê. Lembrou que não comia nada desde o desjejum, e isto fazia já algum tempo, só não sabia quanto.

Nunca havia sentido esta sensação, sua vista estava ficando turva, e foi sendo acometida por uma escuridão cada vez mais intensa, já não conseguia enxergar mais nada. Lutava para permanecer em pé, até que chegou o momento em que não mais resistiu e se entregou, o desmaio foi inevitável...

Tempos depois desperta, sua cabeça doía insuportavelmente. Não sabia quanto tempo havia estado ali desmaiado. À medida que foi recobrando a consciência percebeu que ainda estava no parque, porém havia algo de diferente.  Flores despontavam nas arvores e o que antes extravasava melancolia ganhava uma vida e luz incomum. Uma diversidade de cores tomou conta daquele parque, antes sombrio.

Em meio a toda aquela aquarela, algo que parecia vim dos arbustos do parque o atraía, como se fosse uma força magnética e sobre-humana. Não entendia o que estava acontecendo, a tontura já havia passado, apesar de uma leve dor de cabeça ainda persistir a incomodá-lo. Neste momento por entre as arvores ele vê uma sombra, não estava só como imaginava.
- Quem está aí?- A pergunta era inevitável.
Nitidamente a sombra se apresentava como sendo a silhueta de uma pessoa, apesar de não ser possível da distancia em que se encontrava distinguir-lhe o rosto. A única coisa que conseguia ver eram partes das roupas, que eram demasiadas coloridas como o ambiente ao redor.  

Ao se aproximar a figura estranha passou a fugir, e ele o perseguiu, queria saber quem o observava. Durante não mais que alguns minutos de perseguição chegaram às margens do lago, e a figura de roupas berrantes estava a sua margens.

Não podia acreditar no que via, ou melhor, em quem via. A figura que perseguia, era ele mesmo, perseguia a si próprio, ou há uma figura idêntica a ele.
- Mas como isto podia estar acontecendo? Como uma simples caminhada havia findado em tal fato?- Eram algumas das coisas que se perguntava em meio a um turbilhão de pensamentos desorganizados e confusos.

Aquela pessoa, vestida com vestes que nunca imaginou antes usar, era ele, não entendia como, mas se via com aquelas roupas. Portava uma espécie de pingente em forma de sol, ou mandada, não conseguia ver bem o que estava pendurado no pescoço de sua “cópia”. Era aquilo que o atraía por entre os arbustos, antes. Dalí vinha à força magnética que ele seguiu. Aquele amuleto que nunca havia visto antes emanava uma energia que o deixava “nu” por dentro. Toda a sua alma se abria, todos os seus “eus”, medos, monstros, arrependimentos, tudo que o fazia sentir. As pessoas que amava começavam a aparecer, ele se via por dentro, naquela outra pessoa, que na verdade era si mesmo.

Sua mente começava a girar novamente, tinha medo de estar ficando louco, não compreendia o que estava acontecendo. Parecia mergulhar naquela espécie de amuleto, que tanto dele o traduzia. Uma nova confusão de luzes aconteceu, a luz ao seu redor diminua e o tom melancólico do parque retornava. Pensou está despertando de um sonho, mas agora uma dicotomia tomava conta de tudo ao seu redor, o ambiente colorido e parecido com a primavera ainda permanecia lá, mas dividia espaço e se confundia com um clima sombrio e nefasto. Não conseguia distinguir o que acontecia ao seu redor, era uma confusão de cores que criava um ambiente plural, a única coisa que conseguia tomar a sua atenção em meio a tudo aquilo era o amuleto pendurado no cordão de seu outro eu, que a esta altura já havia desaparecido em meio a tudo aquilo. As coisas voltaram a escurecer novamente...

Despertou do desmaio, estava mais uma vez no mesmo lugar que havia caído da primeira vez. Estranhamente ao acordar tudo estava como da primeira vez, as folhas ainda caíam, não havia mais cores nem tão pouco flores, era outono novamente. Suspirou de alivio, tudo aquilo não havia passado de um longo e sombrio sonho.

Levantou-se, e decidiu retornar para a casa, fazia muito tempo que havia saído. Foi quando percebeu que algo balançava em seu pescoço, ao olhar não acreditou no que acabava de ver. Era ele, o amuleto de seu “sonho”.  

sábado, 25 de setembro de 2010

O Teatro Mágico

Bom, tenho certeza que ao ler o titulo, alguns poucos seguidores e colegas que ainda lêem meus textos podem provavelmente pensar “demora um tempão para postar algo e quando posta lá vem ele falar daquela banda de novo, e de toda aquela ladainha de musica livre”.
            Poderia sim vim falar mais uma vez desta trupe que vem causando uma revolução na musica brasileira com um estilo único e que tem encantado e conquistado diversos fãs em todo o país. Entretanto neste texto pretendo discutir e esclarecer a idéia original do “Teatro Mágico”. Ao contrario do que alguns podem pensar esta “idéia” existe muito antes da banda, é um “conceito” (Se conseguirem ler até o fim este texto, vocês vão ver que vai muito além disso) presente no livro de Herman Hess “O Lobo da Estepe” e é o pano de fundo para Fernando Anitelli e sua trupe.

Um breve resumo da obra


 Após concisa caracterização do protagonista (Harry Haller) no prefacio, a historia do livro de fato começa com as "Anotações de Harry Haller, só para loucos",.
          Harry é um cinqüentão que não vê sentido nenhum em sua vida, ele portanto se intitula um "lobo da estepe", pois se encontra sempre a margem das outras pessoas, e vive uma situação critica, planejando até o dia do suicídio. Passa seus dias a ler livros, fumar e beber.
Certa vez quando ia a um bar, encontra um letreiro num muro antigo, em que se encontra a escritura, "O teatro mágico. Entrada só para raros". No asfalto lê "Só para loucos". Mais tarde quando retornava do bar encontra um sujeito, que lhe dá um panfleto, "O tratado do Lobo da Estepe", que descrevia todo intimo da principal personagem, Harry Haller, após a leitura do tratado, a situação de Harry só piora, e quando está decidido a abrir a "saída de emergência” (suicídio), encontra Hermínia,  a partir daí então a vida de Harry muda totalmente, mais tarde conhece outras personagens fundamentais para a historia, Pablo e Maria que junto com Hermínia o faz conhecer o “Teatro mágico”...




O Teatro Mágico

            Creio que aqueles que suportaram o texto até aqui devem estar se perguntando: o que fez Harry Haller mudar de pensamento, e finalmente encontrar um sentido em sua vida? O que é que havia de tão especial neste tal de teatro mágico?
          O Teatro Mágico caro leitores, é um mergulho dentro do ser, do seu próprio ser. Ao se conhecer Harry Haller descobre que não possuía apenas uma personalidade dupla (o lobo e o homem como imaginava), e sim diversas. É o conhecimento sobre si mesmo, a compreensão de que somos uma constante metamorfose, e que não precisamos ser definidos (isso me lembra o “quem sou?” dos sites de relacionamentos). Cada qual tem seu “Teatro Mágico”, todos temos fantasmas, palhaços, monstros e heróis. Entender-nos e compreender a variedade do que somos nos faz perceber melhor a vida sob todas as suas faces. Adentrar no “Teatro Mágico” é descobri que cada um de nós é raro, e que carregamos personagens únicos, magníficos e especiais.


Desperte O Teatro Mágico que há em você
           

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ignorante por Opção

      Anuncio aqui a minha condição de ignorante por opção, renuncio de tudo que sei de toda forma de consciência, não quero mais ver ou ouvir o obvio, coloco na frente de vós, leitores, uma venda nos meus olhos e mente para não enxergar e entender tudo que está a minha volta.

            Não quero mais acreditar que tudo isso aqui é fruto de uma grande explosão, a grande explosão ainda está por vir. Quero acreditar que nós migramos do Jardim do Éden e que todo nosso sofrimento é  culpa única e exclusivamente daquele fruto proibido, e não podemos fazer mais nada para mudar isso.
            Acreditar que um benévolo navegante descobriu nossas terras, e que se não fosse por ele e por sua nação heróica estaríamos pulando de galho em galho ainda. Acreditar que a exploração brutal e genocída do índio e negro foram conseqüências de uma evolução necessária.
            Acreditar que tudo isso ficou no passado, e que o negro e o que restou dos índios hoje são tratados sem diferença, sem preconceito. Que a aparência pouco importa quando se procura um trabalho, e que todos podem ter acesso a um trabalho decente, com um salário mínimo que não é ínfimo.
            Quero acreditar que as nações unidas vivem harmoniosamente sem guerras, que bombas atômicas são coisas do passado, e que nada disso tem a ver com petróleo.        
            Acreditar que tudo que vejo na TV é verdade, e condiz com a realidade sem nenhuma manipulação e com muita transparência. Que os filmes de Hollywood não nos fazem de idiota, que a vida repete a ficção e que quando tudo estiver perdido não faltarão heróis que salvarão o mundo para haver um final feliz.
            Quero acreditar que os políticos estão falando a verdade, e que o dinheiro público, é publico, e não banca a farra de nossos representantes. E que a educação de qualidade é para todos e não só para uma pequena minoria, que todos tem oportunidades de viver e não apenas sobreviver.
            Quero acreditar que nesse mundo não falta amor, e que todos respeitam uns aos outros como a si mesmos.
           Quero acreditar que não existe Utopia.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Demasiado Racional



            Certa vez parei... pensei...e pensei...E me perguntei o por que  desta insistência de nós humanos em  pensar, em deixar de lado o que temos de natural e espontâneo.
            Vivemos uma racionalização excessiva de tudo a nossa volta, fenômeno que não ocorre apenas no mundo ocidental como propôs Max Weber a alguns séculos. Hoje tudo segue preceitos que não de fato “humanos”. Sentimentos estão cada vez mais em baixa na bolsa de valores chamada vida, são vendidos a cifrões.
            O homem teve a arrogância de se posicionar acima de outros animais por ter a faculdade de pensar, e hoje sofre as conseqüências de ser tão racional. Precisamos ser mais “humanos”, “ser essência muito mais”, afinal deixamos diversas vezes de viver e ser felizes por sermos demasiadamente racionais.
            Estamos nos tornando reféns do tempo, perdemos o controle sobre ele. Vêem-se cada vez mais pessoas com o que chamam de depressão, mas como diz Patch Adams, não passa de solidão e falta de amor.
            A internet toma conta de nossas vidas e esquecemos o corpo a corpo, as inter-relações são cada vez mais virtuais. As coisas passam, e o homem mais do que nunca perdeu o controle sobre seu próprio rumo, se ver discutir de economia, de política, mas não se fala da vida, não apenas nossas vidas, mas a vida que nos cerca e que com a insaciável sede de poder destruímos mais e mais.
            A vida não deve ser regida apenas pela razão, afinal ela é previsível, por que viveríamos se estivéssemos fardados a ser o quadrado da hipotenusa. Temos que ser cinco mesmo sendo resultado de dois mais dois, isso é o que nos faz mais humanos e menos maquinas.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Teatro Mágico lança DVD Segundo Ato

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           O Teatro Mágico lança o DVD Segundo Ato, nesta sexta-feira dia 16 no Rio de Janeiro e no Domingo dia 18 em São Paulo.  O DVD é fruto de uma parceria com Itaú Cultural, diferente do primeiro DVD, Entrada Para Raros que foi produzida de forma totalmente independente.
            Apesar da parceria Fernando Anitelli refuta as idéias pelas quais ficou conhecido. “Podem piratear, jogar no youtube, fazer download! O que a gente quer é estar cada vez mais ao alcance de todos, ter voz, debater, dialogar, trocar figurinha com o público! Nosso lema é socializar”. Declara o vocalista da banda.
            O Teatro Mágico ganhou fama através da internet, e provou ser possível manter uma banda livre das gravadoras e da grande mídia, e vem conquistando cada vez mais espaço, pois propõe um movimento de musica livre. Todos os trabalhos do grupo estão disponíveis para download na internet, e Anitelli é um dos pioneiros num projeto chamado MPB, (Musicas Para Baixar), que propões uma maior democratização e divulgação de artistas pela internet.
            O novo DVD vai possuir o selo “creative cromons”, que “permite a livre circulação, exibição, veiculação e cópia das imagens e do áudio, na íntegra.” como se encontra no site do grupo.
            Em um tempo em que cada vez mais surgem alternativas para cultura, e que a “indústria cultural” ainda reina e censura aqueles que não se rendem a ela o lançamento do segundo DVD do Teatro Mágico, e sua constante popularização,é uma amostra de que é possível se consumir bens culturais de qualidade e democráticos.(Leia também Som Livre?).


                   



segunda-feira, 14 de junho de 2010

Mãe Guerra

A luta está armada
As crianças nas trincheiras
Com suas armas apontadas
Para a doce mãe malvada

Mãe de todas elas
Mãe das desgraças e mazelas
Mãe das nações e da miséria
Mãe Guerra

Seus filhos fardados à luta
Peças de um jogo sujo
De jogadores astutos

Contemplem
O caminho repleto de balas
Filhas da guerra
Do ventre das armas

Bombas
“Humanas mentes” lançadas
Advento do extermínio
E da desgraça






sábado, 22 de maio de 2010

O Povo é Politico

       

         No ultimo dia 19, quarta feira, aconteceu algo histórico na luta contra a corrupção em nosso país, foi aprovada pelo senado a lei da Ficha limpa, que impede o registro das candidaturas de candidatos que respondem por crimes graves na justiça. O projeto agora segue para a sanção do presidente Lula.
            O fato de uma lei dessas ser aprovada num país como o Brasil, que é marcado pela corrupção, já é de uma importância tamanha, levando-se ainda em conta que graças a ação popular ela conseguiu ser votada e aprovada, se torna um fato mais importante ainda.
            Para quem não conhece o projeto da Ficha Limpa, ele foi organizada pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que utilizou a internet para causar uma mobilização na população brasileira e conseguir levar o projeto a votação. Foram mais de dois milhões de assinaturas digitais a favor da aprovação do projeto, através do site Avaaz, um site de mobilização global que tem o intuito de possibilitar uma maior participação do publico em questões de cunho social em volta do globo. Avaaz significa voz em algumas línguas asiáticas, e o objetivo frisado pelos criadores é que o site tem “uma simples missão democrática: acabar com a brecha entre o mundo que nós temos, e o mundo que queremos.”.
            Mesmo sendo levado para a votação, alguns deputados queriam mudar o projeto, mas de novo através da Avaaz o povo conseguiu que se mantivesse o original sem as emendas que favoreceriam a certos candidatos. A luta agora é para a lei começar a valer já nestas eleições, apesar da pressão por parte de alguns deputados e senadores que consideram a validade imediata dela inconstitucional.     
            O projeto da lei da Ficha Limpa é uma grande vitoria da democracia brasileira, é a prova de que o povo tem o poder de tomar decisões políticas não só de dois em dois anos. Que este fato sirva de exemplo para lutarmos por um país mais justo. Participe desta luta. http://www.avaaz.org/po/.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sem ti



Abandonou-me
Não deixaste resquícios
Nem palavras
Nem ao menos sorrisos

Sem ti
Tudo ao redor a desabar
Sem ti
Uma parte minha a faltar

O céu
Derramou suas lágrimas
Trovões
Anunciavam-se quando...

Eu vi!
Vi você voltar
A parte perdida de mim
Voltou ao seu lugar

terça-feira, 27 de abril de 2010

Vitória da arte


O jeito de se fazer musica e se propagar cultura foi inovado graças a essa fantástica ferramenta que é a internet. Ela democratiza os diversos meios, e dá a oportunidades de vários artistas divulgarem seu trabalho.Veja mais no texto Som Livre?
O Teatro Mágico é um grande exemplo de como esse novo jeito pode dar certo, o grupo, que sempre se manteve distante dos meios de comunicação de massa, conseguiu fama graças ao poder da internet.
No ultimo dia 24 a trupe, como eles preferem ser chamados, conseguiu algo histórico, ao ser convidado pelo diretor Jayme Monjardim para fazer uma apresentação na novela “Viver a vida” da Rede Globo. O teatro mágico, é conhecido pela sua luta contra o monopólio da grande mídia, pois não são a favor de praticas como o jabá, o pagamento para que a musica do artista seja tocada em certa radio ou TV. Por isso se mantiveram, como outras bandas , sempre a margem dos grandes meios de comunicação.
O convite de Monjardim para a apresentação de uma banda como O teatro Mágico no horário nobre da Rede Globo, representa uma grande vitoria para aqueles que compartilham da idéia de uma cultura democrática e livre, desvinculada do interesses empresariais das grandes empresas.

Veja o video

sábado, 10 de abril de 2010

Lua tão distante


Olho para o céu e a contemplo

Lua, tão bela e distante
Aparece, e se vai

Por que não ficas Lua
E completa com tua beleza
Este louco sonhador?

Completa esse coração amargurado
Essa solidão que parece infinita
De um tolo, que um dia
Espera poder tocar-te

Coitado seja este tolo
Ele não possui asas para ir ao teu encontro
Só sentimentos que o peito ameaçam rasgar

Sentimentos...
Poderão eles um dia
Transforma-se em asas
Para que um tolo apaixonado possa voar?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

VEJA o que quero que veja 2

Em um post anterior (VEJA o que quero que veja) critiquei a revista Veja, por ser uma revista tendenciosa e defensora da elite brasileira.
Alguns meses se passaram, e pude perceber de perto a forma arbitraria de se fazer jornalismo (se é que assim podemos chamar o que é feito) da Veja.
Na edição desta semana (revista do dia 04/04/2010), foi publicada a matéria: "Pecados pouco originais"*, uma critica a expansão das universidades federais publicas no Brasil. Na reportagem, Roberta de Abreu Lima, contesta a localização destas universidades, por estarem em locais "distantes de sua clientela potencial". Além de julgar como ruim, com dados equivocados, a qualidade de ensino das instituições.
No texto são citadas algumas universidades federais criadas recentemente, inclusive a UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia) da qual sou aluno do 1º semestre de Comunicação. Ao analisar a instituição, a autora se restringiu a apenas um campus, o de Cruz das Almas, e julgou que a cidade não tinha “densidade educacional para abastecer de alunos uma universidade” Portanto fotografou uma sala praticamente vazia para justificar a suposta “ociosidade de vagas”
Esqueceu-se ela (ou melhor, ignorou) que Cruz das Almas não é o único campus da UFRB. São 4 campus em cidades diferentes do recôncavo (Amargosa, Cachoeira, Cruz das Almas e Santo Antonio de Jesus), demonstrando total falta de informação, ou interesse em tê-las. Como aluno da universidade, eu e tantos outros sabemos que não há ociosidade de vagas.
Fato é que a Veja, como boa parte da mídia brasileira, atende aos interesses de nossas elites, afinal o empresariado é quem manda nos meios de comunicação de massa. Portanto não se torna interessante a multiplicação do ensino superior publico, que por muito tempo foi restrito a uma certa "clientela potencial" (como diria minha cara Roberta Lima),pois apesar de receber o pomposo titulo de universidade publica, excluía (e ainda exclui) parcela considerável da sociedade.
A monopolização da informação é uma das diversas formas que a elite usa para alienar as camadas sociais mais carentes, restringir a educação significa a não formação de seres capazes de contestar sua situação social.

*Reportagem "Pecados pouco originais":
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/4/4/novas-universidades-federais-velhos-problemas
Replica da UFRB:
http://www.ufrb.edu.br/portal/index.php/administracao/ufrb-recebe-manifestacoes-de-apoio-contra-as-distorcoes-da-revista-veja



quarta-feira, 31 de março de 2010

"O teatro dos vampiros"





Outro dia assistia a TV câmara e senado e fiquei a observar as discussões entre os senadores e os deputados sobre assuntos que dizem respeito a todos nós, cidadãos brasileiros, (lembrando que é muito importante assistirmos essas discussões, pois estes que estão no plenário representam o pouco da nossa suposta democracia e devem ser cobrados e monitorados por todos nós, não apenas em anos políticos, por motivos óbvios). Bem voltando a minha linha de pensamento, olhava os embates políticos, e a "encenação" de nossos vampiros. Algo me chamou atenção, eles parecem encenar uma peça de Shakespeare, seus discursos parecem poesias, alguns chegam a fazer você acreditar no que dizem. O que mais me impressiona são as brigas(?), eles se "agridem cortesmente" como diria Tom Zé, tem uma etiqueta, e um rebuscamento de palavras que até parecem amigos (e realmente são, mesmo que hipocritamente, passado a delicada e Cortez tempestade há o aperto de mão).
Não existiria termo melhor para designar tal fato senão o titulo de uma das musicas de Legião Urbana, "O teatro dos vampiros" ( a musica original é sobre a TV, no fundo não tem muita diferença). Claro, a regra não é geral, eu sou daquele tipo que ainda acredita que exista bons políticos (não vale perguntar se eu também acredito em Papai Noel, e Saci Pererê e outros seres miticos), apesar das arrudas por aí afora. Mas acreditar que ainda existem boas pessoas no mundo, não só políticos, é nossa ultima esperança em tempos de crises. As vezes nós temos uma visão determinista das coisas, como se o status quo não pudesse ser mudado. Nós temos o poder, e todo mundo já está cansado de saber disso, mas muitos preferem sentar numa poltrona esperar.
"Não pode haver uma revolução em grande-escala, se antes não houver a revolução individual da pessoa. Primeiro tem que acontecer cá dentro." - Jim Morrison

sexta-feira, 26 de março de 2010

Renato Russo, um ídolo atemporal



Hoje se estivesse vivo, Renato Russo, líder de uma das maiores bandas do rock nacional, completaria 50 anos. Em um post anterior, na data do aniversário de morte do "filho da revolução", fiz um breve resumo da minha opinião sobre este gênio da nossa musica (http://jpopinioes.blogspot.com/2009/10/nao-foi-tempo-perdido.html). Porém não poderia deixar passar em branco uma data tão importante como essa , há 50 anos o mundo era presenteado com o nascimento deste grande cantor e compositor.
Viveu em meio a uma época em que falar o que se pensava era privilegio, uma geração acostumada a receber os "enlatados dos U.S.A de nove às seis", a qual denominou sugestivamente de coca-cola.
Viver uma época de repressão fez aflorecer todo um senso de político presente em musicas como "Veraneio Vascaína" (ainda na época de sua primeira banda o Aborto Elétrico), "Que país é este?" e outras. Renato, em suas letras não só falava de política, sabia falar de amor e de seus conflitos como poucos. Quem não se emociona ao ouvir musicas como "Vento no litoral"?!
Essa versatilidade, e essa capacidade de entender, sobretudo o jovem, quando ninguém parecia se preocupar com o "futuro do país", fez do líder da Legião Urbana uma das personalidades mais adoradas da nossa musica. Alguns o adoravam como um deus, e a cada dia surge mais fãs, como eu, que nem chegaram a vivenciar este momento.
Fica então a minha homenagem a um dos meus grandes ídolos, que nunca vai deixar de ser atual,e de ser lembrado por toda sua obra, e importância no cenário da musica brasileira.

"Urbana Legio Omnia Vincit".

domingo, 21 de março de 2010

"Futuro..."

Realmente não sei
De certo vejo incertezas
Um fim talvez?
Talvez um começo?
São mundos que deixo para trás
Mundos que vejo a minha frente
Fragmentos de uma vida
Momentos inesquecíveis
Ah... Lágrimas necessárias
São de dor?
Uma mistura de louvor
Muitos ficam para trás
Outros tanto vêm à frente
E o que será de nossas vidas?

segunda-feira, 8 de março de 2010

A luz se apaga


Da minha mão você se esvai

Como água ou areia
Foi vagaroso o súbito

Quantos jardins ficaram por nascer
Sob a luz da lua
A terra se tornou infértil
E as flores são dores

As estrelas se esconderam
E o sol se nega a voltar
Pois sabe que não verá a luz
Não haverá a luz do luar

Sobram-me perguntas retóricas
Que não possuem respostas
Falta-me a luz que se apagou
E o que me resta são sobras
Sombras de você

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Som livre?





A industria fonográfica vem sofrendo grandes mudanças nos últimos anos, há quem diga que ela está passando por uma grande crise, gerada sobretudo pela Internet. Fato é, que a forma de consumir musica, além de outros bens culturais, atualmente é bem diferente de tempos atrás, devido ao surgimento de novas tecnologias.
Antes da popularização da
internet, a comunicação em si, não era tão fácil como atualmente, e a produção de musica seguia uma certa trilha refém dos monopolios das grandes gravadoras. Os artistas passavam por uma "odisseia" para poder produzir sua musica. Hoje, com a grande rede, encurtaram-se os caminhos, e o cenário da musica independente cresce cada vez mais, entretanto, as gravadoras negam-se a se adaptar ao novo mercado.
A empresa fonográfica culpa a
internet pelas quedas no faturamento, acusando-a de propagação da pirataria, porém o que acontece é totalmente o contrario, a possibilidade de trocar arquivos virtualmente evita a comercialização ilícita destes, além do que essa troca acontece desde do tempo das fitas. A internet apenas inovou essa relação já existente.
A pressão dos empresários da musica está repercutindo no senado, e o senador Eduardo
Azeredo criou um projeto de lei que criminaliza os usuários da internet que trocam arquivos, se aprovado, esse projeto vai por um fim num dos grandes benefícios da internet, que é a democracia para se consumir cultura. A industria hegemoniza e privilegia certas classes ao vender CD´s, livros, por preços que não fazem parte da realidade da maioria dos brasileiro.
Os artistas que estão surgindo em meio a esse fervor
informacional, e até mesmo os mais antigos, vêem na internet uma alternativa para se "alforriar" do status quo da industria cultural. Bandas internacionais como Arctic Monkeys fizeram fama graças a internet. Outro exemplo de banda que inovou na forma de vender musica foi a banda inglesa Radiohead, que utilizou o download remunerado para vender o seus discos. O fã decide quanto pagar para ter a musica do seu artista.
No Brasil este é um cenário que cresce cada dia mais, e uma das principais bandas que encabeçam o movimento da musica livre é O Teatro Magico*, um
projeto que consegue se auto-sustentar, mesmo disponibilizando todas suas musicas para download gratuito já conseguiram vender mais de 180 mil CD´s, que são vendidos a preços acessíveis para a população. Fernando Anitelli, vocalista do Teatro Magico, é o principal ativista e idealizador do movimento MPB (Musicas Para Baixar).
Está mais do que claro que é necessário uma mudança no jeito de se vender musica, no entanto infelizmente as grandes gravadoras preferem continuar no velho padrão musical ultrapassado, explorando muitas vezes o artista e o consumidor. E enquanto permanecer dessa forma vão continuar a perder espaço para os
internautas que eles consideram piratas, apenas por quererem som livre.






* O teatro magico disponibiliza todas sua musicas para download no site da banda www.oteatromagico.mus.br

sábado, 16 de janeiro de 2010

Lembraram que existe o Haiti!

O mundo mais uma vez volta seus olhos para mais uma tragedia, o terremoto no Haiti, que segundo estimativas matou cerca de 200 mil pessoas. O acontecimento desancadeou uma onda de solidariedade das diversas nações mundiais.
O Haiti sempre foi deixado de lado, principalmente por ter sido a única colônia das américas em que os escravos africanos conseguiram tomar o poder, 400 mil escravos se rebelaram contra 30 mil colonos, se tornando um país negro. E assim como a África, se tornou uma parte do mundo esquecido, largado a própria sorte.
Nos ultimos anos o Haiti vem sofrendo uma intervenção no minimo duvidosa da ONU(ou seria EUA?!) com intuito de intaurar uma suposta paz.
fato é que, em tempos comuns nada é feito pelas periferias globais, sem que estejam recheados de interesses econômicos. O comentario do cônsul-geral do Haiti no Brasil, George Samuel Antoine, reflete o pensamento das grandes potencias mundiais. "Acho que de tanto mexer com macumba, o africano tem em si uma maldição. Todo lugar que tem africano tá foda". Foda caro cônsul, foi o "holocausto africano", onde milhões de negros foram arrancados de seu continete, morrendo boa parte no caminho para o "Novo Mundo". E os que chegaram, construiram as riquezas das hoje potencias, que ingnoram o continete. Essa é a "maldição que o africano te em si", cor da pele ainda significa poder.
Neste ano será relaizada a primeira Copa do Mundo de futebol na Africa. Seria um sinal de que as coisas estão mudando? Ao que parece não, um site alemão hoje vende coletes a prova de balas personalizados com as bandeiras das seleções que vão à Copa.
O que países como o Haiti necessitam, é de ajuda a todo momento, não só em tempos como esses, é preciso que as potencias globais, que são as principais culpadas pelo estado destes países, preocupem-se menos em expandir seus impérios, e olharem, sem interesses próprios, para os países miseráveis.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

As faces da América Latina

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Por – Ivanicki Flaubert¹
Revisão – Sarah Moura²

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Há uma ‘’trincheira’’ continental e ideológica onde a América Latina reside em um passado colonial e uma contemporaneidade repetitiva. Sobretudo, resiste forte e “perene’’ diante de situações deploráveis no qual se encontra o continente Latino Americano.
Propaga - se uma “anarquia” onde os grandes impérios tiram seus substratos e deixa como herança ditaduras e uma miséria que assolam o continente como um todo. “Em suas magras tetas mama – se um polvo chamado neoliberalismo”, que programa uma globalização como fábula (Santos, 2000).
As diferenças locais são profundas. Há um estado canceroso onde os interesses se perpetuam buscando não soluções, mas benefícios exclusivos, onde tudo se torna europeu ou norte americanizado.
Suas veias abertas sangram! Eduardo Galeano, Emiliano Zapata, Darcy Ribeiro, Che Guevara e tantos outros protagonizaram e protagonizam manifestos e revoluções para formar e incrementar a identidade, a valorização e a formação sócio – cultural e política deste quintal universal , chamado AMÉRICA LATINA .
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